As escolas devem ser um local seguro para as crianças, certo?

E os professores e demais funcionários das escolas devem assegurar isso, correto?

Ser professor, hoje, não é tarefa fácil, seja pela desvalorização da profissão ou pela violência que assola as escolas. Se até agora, preparar professores era uma questão de conhecimento específico, didática de aula, e inteligência emocional para lidar com pequenas questões e conflitos entre os jovens, a realidade hoje requer um outro tipo de capacitação: Saber o que fazer em caso de uma agressão com faca ou mesmo arma de fogo.

Em março de 2023, um ataque a facadas a uma professora da rede estadual paulista terminou em morte e deixou quatro pessoas feridas. O agressor era um aluno de 13 anos do oitavo ano na escola e foi desarmado por duas professoras.

Este não é um caso isolado, segundo a Secretaria da Educação de São Paulo, após a volta das aulas presenciais, somente nos dois primeiros meses de 2022 foram registrados 4.021 casos de agressões físicas nas unidades estaduais. Números alarmantes, pois são 48,5% a mais do que o mesmo período de 2019, último ano de aulas presenciais antes da pandemia de Covid-19.

Podemos falar sobre os possíveis motivos desse aumento da violência nas escolas. Problemas em casa, desigualdade, bullying, pandemia… Entender os porquês, não é suficiente. Essa escalada de agressividade não chegou de um dia para o outro, a sociedade permitiu. Valores de família, disciplina e respeito foram deixados de lado. Quando um jovem não sabe lidar com frustrações, perdas e dificuldades, os limites deixam de existir. Quando regras são vistas como repressão, pura e simples, o jovem perde a noção de consequência. Quando contradizemos Newton, e dizemos que para cada ação não deve haver reação, não impedimos o extremo que vivemos, com massacres em escolas e professores têm medo dos alunos.

As questões morais e comportamentais são discussões que vão levar tempo para promover mudança. Mas enquanto isso, é preciso tratar da segurança nas escolas de forma objetiva. O problema é real, e envolve risco de vida?

Então é preciso resposta urgente para lidar com isso. E é aí que a ação da Federação Sul Americana de Krav Maga entra, promovendo seminários gratuitos para professores e funcionários de escolas em todo o país, ensinando técnicas simples e objetivas para capacitar o corpo docente para agir contra agressão.

Grão Mestre Kobi convocou todos os instrutores para prepará-los para ensinar como enfrentar situações de violência vistas nos noticiários. Com as mãos, com os pés, com uma cadeira… E assim foi. O objetivo do treinamento é ensinar aos professores como proteger as crianças e a eles mesmos, quando um estranho, ou mesmo alguém conhecido, chega ao extremo dos ataques que chocaram a todos. Garantir a segurança nas escolas é direito e dever de todos, então vamos aprender como se faz.

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